Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3005
Título: A formação da identidade americana: pontos e contrapontos entre Macunaíma e Meridiano de sangue
Título(s) alternativo(s): The shaping of the american identity: contact points between Macunaíma and Meridiano de sangue
Autor(es): Cruz, Diego da
Orientador(es): Ruffini, Mirian
Palavras-chave: Literatura comparada
Pós-colonialismo na literatura
Pós-modernismo (Literatura)
Literature, Comparative
Postcolonialism in literature
Postmodernism (Literature)
Data do documento: 13-Set-2017
Editor: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus: Pato Branco
Citação: CRUZ, Diego da. A formação da identidade americana: pontos e contrapontos entre Macunaíma e Meridiano de sangue. 2017. 122 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, 2017.
Resumo: Esta pesquisa estabelece uma análise comparativa das obras Macunaíma, herói sem nenhum caráter (1928) de Mário de Andrade e Meridiano de Sangue (1985) de Cormac McCarthy. Questões de linguagem no sentido de representação de mundo, violência e ambiguidade de caráter são levantadas, sob a perspectiva pós-modernista e pós-colonialista, a fim de se discutir a identidade das duas nações em questão – a brasileira e a estadunidense. Para tal, discute-se em que medida Macunaíma e Meridiano de Sangue se aproximam ou se distanciam nas discussões identitárias das suas contemporaneidades; analisam-se as características fundamentais dos heróis das duas obras em questão para justificar comparativamente as suas formações com respeito à ambiguidade, linguagem e violência; e demonstra-se a convergência das estéticas de Macunaíma e Meridiano de Sangue para a possibilidade de uma leitura pós-modernista e pós-colonialista dessas obras. Foram fundamentais as leituras de Eduardo Coutinho (2003), Stuart Hall (2006), Jeremy Hawthorn (1992), Linda Hutcheon (1991), Jean François Lyotard (1992), Boaventura de Sousa Santos (2009) e Homi Bhabha (2014), nas discussões em torno do pós-modernismo. Roberto Damatta (1997) e Roberto Reis (1987) foram teóricos importantes sobre o Brasil do período colonial, para que então fosse possível discutir o pós-colonialismo sob as teorias dos já citados Boaventura de Sousa Santos (2009), Homi Bhabha (1998) e Eduardo Coutinho (2003), além de Silviano Santiago (2000); Kimberle López (1998) e The Cambridge Companion to Cormac McCarthy (2013), organizada por Steven Frye, foram fundamentais devido à sua importância dentro dos estudos pós-coloniais que envolvem Macunaíma e Meridiano de Sangue. Antonio Candido (1993) e Alfredo Bosi (1975) foram aparato teórico base à análise estética de Macunaíma, enquanto Steven Frye (2013) e David Holloway (2003) foram base ao entendimento da obra de McCarthy, junto com a obra An Outline of American History (1994) organizado por Howard Cincotta que foi importante na estrutura dos argumentos em torno da formação dos Estados Unidos. Como a formação e uma determinada estrutura social estão em voga em Macunaíma, percebe-se neste trabalho como Kid e Macunaíma plasmam suas nações na formação das suas subjetividades, a notar-se a ambiguidade que ambos possuem como característica, Kid em sua maneira de defrontar a violência e Macunaíma nas suas contradições e transformações constantes; a linguagem de ambos também demonstra um processo identitário, pois enquanto Kid se insere em um contexto bélico e esse lhe permite sobreviver, Macunaíma precisa absorver antropofagicamente a civilização e se inserir em um contexto de códigos novos de comunicação. Sobretudo, as duas obras dialogam com o conflito de perda de autoridade, deslocamento, ou até mesmo dizimação, do que tem se considerado o selvagem, no processo civilizatório. Enquanto Macunaíma é o próprio selvagem, que têm de se deslocar à civilização para recuperar sua posse que foi usurpada, Kid constitui a força oposta, a que está a usurpar os indígenas, as suas cabeças, literalmente. São, portanto, duas discussões muito próximas sob perspectivas diferentes. Descobriu-se neste trabalho que, embora em contextos e momentos diferentes, Andrade e McCarthy discutem de maneira similar suas contemporaneidades, por meio de questões referentes à identidade, que dão mote à construção dos seus personagens, linguagem e estilo das suas obras. Dessa forma ambos os autores convergem às características pós-colonialistas e pós-modernistas.
Abstract: This research study establishes a comparative analysis of Mário de Andrade’s Macunaíma, herói sem nenhum caráter and Cormac McCarthy’s Blood Meridian. Issues regarding language, violence and ambiguity are raised from a post-colonial perspective in order to discuss the identity of both nations in question - Brazilian and American. For this purpose, it discusses how Macunaíma and Blood Meridian approach or distance from each other as regards identity discussions of their contemporaneity. It also analyzes the fundamental characteristics of both books heroes in order to comparatively justify their formation concerning ambiguity, language and violence; and finally, it shows the convergence of Macunaíma and Blood Meridian aesthetics for the possibility of a postmodernist and post-colonialist reading perspective. The readings of Roberto Damatta (1997) and Roberto Reis (1987) concerning Brazil from the colonial period were essential, so that it was possible to discuss postcolonialism under the theories of Homi Bhabha (1998), Eduardo Coutinho (2003), Silviano Santiago (2000) and Boaventura de Sousa Santos (2009); Kimberle López (1998) and The Cambridge Companion to Cormac McCarthy (2013), organized by Steven Frye, were instrumental because of their importance in the postcolonial studies involving Macunaíma and Blood Meridian. Linda Hutcheon (1991), Stuart Hall (2006) and Eduardo Coutinho (2003), were the basic authors for the postmodernism understanding. Antonio Candido (1993) and Alfredo Bosi (1975) were theoretical basis for Macunaíma's aesthetic analysis, while Steven Frye (2013) and David Holloway (2003) were the basis for understanding McCarthy's work, so was An Outline of American History (1994) organized by Howard Cincotta. Since formation and a certain social structure are in vogue in Macunaíma, it is perceived in this work as Kid and Macunaíma shape their nations in the formation of their subjectivities, mainly the ambiguity that both possess as characteristic, Kid in his way of confronting violence and Macunaíma in his constant contradictions and transformations; the language of both also shapes an identity process, because while Kid inserts himself in a warlike context and it allows him to survive, Macunaíma needs to absorb anthropophagically the civilization and insert himself in a context of new codes of communication. Above all, the two works dialogue with the conflict of loss of authority, displacement, or even decimation of what has been considered the savage in the civilization process. While Macunaíma is the savage himself, who has to go to civilization to regain his possession that has been usurped, Kid constitutes the opposing force, which is literally usurping the Indians, their heads. They are, therefore, two very close discussions under different perspectives. It was found out that, although the novels were written in different contexts and time, Andrade and McCarthy similarly discuss their contemporary issues, by means of questions regarding identity, which gives a motto to the construction of their characters, language and style of their works. In this way, both authors converge to common post-colonial and post-modernist characteristics.
URI: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3005
Aparece nas coleções:PB - Programa de Pós-Graduação em Letras

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
PB_PPGL_M_Cruz, Diego da_2017.pdf1,55 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.