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Título: Representação social de saúde bucal de usuários do sistema público de saúde de Vitorino - PR
Autor(es): Yamada, Raquel Tieko Tanaka
Orientador(es): Teixeira, Edival Sebastião
Palavras-chave: Saúde bucal - Aspectos sociais
Saúde pública
Oral health - Social aspects
Public health
Data do documento: 10-Dez-2012
Editor: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus: Pato Branco
Citação: YAMADA, Raquel Tieko Tanaka. Representação social de saúde bucal de usuários do sistema público de saúde de Vitorino – PR. 2012. 83 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, 2012.
Resumo: Saúde bucal pode ter uma definição diferente para cada contexto e para cada grupo social. Para alguns profissionais da Odontologia pode representar uma boca com dentes livres da doença cárie, perfeitamente alinhados e em boa oclusão; para outros, pode representar uma pessoa integrada na sociedade, satisfeita com as funções de sua boca. Saúde bucal, para cada indivíduo, pode, ainda, modificar-se ao longo dos anos, de seus ciclos de vida, de seus problemas e do ambiente no qual está inserido. Compreender o que representa saúde bucal é compreender um pouco das necessidades e do cotidiano das pessoas. Penetrar no cotidiano de um grupo de pessoas e extrair dele o significado de saúde bucal exige a utilização de instrumentos confiáveis e seguros sob as perspectivas da ética e da ciência. A teoria das Representações Sociais, proposta por Moscovici em 1961, que busca conhecer os conceitos formados no senso comum, através das ideias, valores e práticas do cotidiano de um grupo social, foi a base do presente estudo. O instrumento DIDL (Impactos Dentais na Vida Diária) construído por Leão em 1995, o índice CPOD (Dentes Cariados Perdidos e Obturados), um questionário semiestruturado e entrevista, serviram de guia para a identificação das Representações Sociais de Saúde Bucal dos Usuários Adultos do Serviço Público de Saúde de Vitorino. A preocupação em compreender como este grupo social perde tantos elementos dentários, foi o que despertou o interesse pela presente pesquisa. A população da pesquisa foi obtida através de amostra temporal por adultos da faixa etária de 35 a 44 anos, que procuraram os serviços públicos de saúde para receber tratamento odontológico. No total, 40 indivíduos participaram de todas as etapas da pesquisa, sendo 20 do sexo feminino e 20 do sexo masculino, a renda familiar média foi de 2,40 salários mínimos, com média de 6,88 anos de estudo, e, ocupação que favorecesse a flexibilidade no horário de trabalho como: donas de casa, agricultores e motoristas. Os resultados apontam para um quadro de iniquidade em saúde. O valor do índice CPOD de 20,50 encontrado para o grupo, segundo Classificação da Organização Mundial da Saúde, é considerado elevado para valores acima de 13,9 para esta faixa etária. O coeficiente de confiabilidade para as 36 questões do DIDL, obtido através do alfa de Cronbach, foi de 0,909. Os resultados do DIDL demonstraram que 22,5% dos usuários estavam insatisfeitos, 60% relativamente satisfeitos e 17,5% satisfeitos com a saúde bucal. Observou-se que o acesso aos serviços públicos de saúde durante a infância e adolescência, o paradigma curativo-reparador das práticas odontológicas e as condições sociodemográficas foram determinantes para condução a um quadro de iniquidade em saúde bucal (ou apenas saúde), e levou-os a queixar de muita dor durante a vida. A hipótese de que os usuários perdem seus dentes por falta e/ou dificuldade de acesso é comprovada pelo relato dos próprios usuários e pelos níveis de saúde bucal em que se encontram. Dentro do quadro de iniquidade, encontraram-se ainda desigualdades em relação ao grupo dos insatisfeitos, que apresentaram maior CPOD, menor renda, menor grau de escolaridade e maior média de idade; foram os que relataram mais dor e foram mais incisivos em suas queixas. As representações sociais de saúde bucal do grupo social, como um todo, foram concebidas por eles como “não sentir dor”. Concepção de saúde bucal que pode ser entendida como aquela em que a doença é percebida como uma “ocupação”, ou seja, que a pessoa pode lutar contra a doença, que é possível tratar, não é destrutiva, é temida pela dor, mas sempre é aceita por este grupo social.
Abstract: Oral health can have a different definition for each context and each social group. For some dental professionals, it may represent cavity-free, perfectly aligned teeth in good occlusion; for others, it may represent a person integrated into society, satisfied with his or her mouth’s functions. Oral health, for each individual, can also change over the years, from its life cycles, its problems and the environment in which it’s in. Understanding what oral health represents is to understand a little about people’s needs and daily lives. Getting inside the daily life of a group of people and extract the meaning of oral health from it requires the use of reliable and safe resources under the perspectives of ethics and science. The theory of Social Representations, proposed by Moscovici in 1961, which seeks to understand the concepts in the common sense, through the ideas, values and practices of everyday life of a social group, was the basis of this study. The DIDL (Dental Impact on Daily Living) tool, developed by Leão in 1995, the DMFT (Decayed, Missing and Filled Teeth) index, a semi-structured survey and interview, served as a guide for the identification of Social Representations of Oral Health in Adult Users of the Public Health Services of Vitorino. The concern over understanding how this social group loses so many dental elements was what sparked interest in this research. The research population was obtained by temporal sample of adults in the 35 to 44 age group, who sought public health services to receive dental treatment. In total, 40 individuals participated in all stages of research, 20 being female and 20 male, the median household income was 2.40 times the minimum wage, with an average of 6.88 years of education, and an occupation that allowed for flexibility in working hours, such as homemakers, farm workers and drivers. The results point to a picture of health inequity. According to the World Health Organization’s Classification, the DMFT index value of 20.50 found for the group is considered high for values above 13.9 for this age group. The reliability coefficient for the 36 questions in the DIDL, obtained through the Crombach’s alpha, was 0.909. The DIDL results showed that 22.5% of users were dissatisfied, 60% relatively satisfied and 17.5% satisfied with their oral health. It was observed that access to public health services during childhood and adolescence, the remedial-restorative paradigm of dental practices, and the socio-demographic conditions were determining factors leading to a framework of inequity in oral health (or just health), and led them to complain of great pain during their lives. The hypothesis that users lose their teeth due to lack and/or difficulty of access is proven by the account of the users and the level of oral health in which they find themselves. Within the framework of inequity, there were still inequalities regarding the group of dissatisfied, which presented higher DMFT, lower income, lower educational level, and higher age average; they were the ones that reported more pain and were more incisive in their complaints. The social representations of oral health of the social group, as a whole, were conceived by them as “not feeling pain”. Concept of oral health that can be understood as one in which the disease is perceived as an “occupation”, i.e., that one can fight against the disease, that can be treated, is not destructive, is feared for the pain, but is always accepted by this social group.
URI: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/416
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