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Título: Na sala de aula com as tecnologias da informação e comunicação: percepções e vivências docentes
Autor(es): Muzi, Adilson Cláudio
Orientador(es): Luz, Nanci Stancki da
Palavras-chave: Tecnologia da informação – Aspectos sociais
Comunicação – Inovações tecnológicas
Prática de ensino
Divisão do trabalho por sexo
Inovações educacionais
Tecnologia
Information technology - Social aspects
Communication - Technological innovations
Student teaching
Sexual division of labor
Technology
Educational innovations
Data do documento: 17-Dez-2013
Editor: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus: Curitiba
Citação: MUZI, Adilson Cláudio. Na sala de aula com as tecnologias da informação e comunicação: percepções e vivências docentes. 2013. 146 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2013.
Resumo: O objetivo geral desta dissertação é o de investigar as percepções de professoras e professores sobre o uso das TICs no cotidiano da sala de aula. Essa discussão considerou na análise dos dados uma perspectiva de gênero, compreendida a partir das relações sociais que se desenvolveram entre estas/es profissionais no âmbito dos espaços público, da escola, e privado, do lar. A opção metodológica pautou-se por uma pesquisa qualitativa de natureza interpretativa, permitindo a análise dos depoimentos das/os entrevistadas/os. A investigação contou com a participação de dezenove docentes, mulheres e homens, que responderam a um roteiro de entrevista semiestruturada com questões abertas. Verificou-se que a maioria das/os docentes não teve em sua formação acadêmica inicial e na pós-graduação uma disciplina que abrangesse uma discussão teórica/prática sobre a utilização das tecnologias. Verificou-se, também, a falta de cursos de formação continuada e de oficinas pedagógicas com uma abordagem ao uso das TICs em sala de aula. Ficou evidenciado que existem dificuldades no manuseio dessas tecnologias no cotidiano da sala de aula, e analisadas sob a perspectiva de gênero, revelou que apesar da maioria dos professores em seu discurso afirmarem que homens e mulheres são iguais diante dessas tecnologias, ele é contraditório. A maioria das professoras assume ter dificuldades com o uso das TICs, já os professores negam tê-las, evidenciando o discurso patriarcal de que as mulheres não são iguais aos homens para a manipulação das TICs. A pesquisa revelou ainda uma extensa carga horária de aulas, distribuídas em diferentes estabelecimentos de ensino e, também, a existência da dupla jornada de trabalho para todas/os elas/es. Entretanto, ficou evidenciado que essa dupla jornada é marcada pela diferença entre atividades para essas/es profissionais. Nela, a maioria dessas mulheres assumem atividades especificamente na esfera doméstica limpando a casa, lavando e passando roupas, lavando louça, cozinhando e cuidando dos filhos, sem remuneração, por estas, serem desenvolvidas em seus lares. Apesar dos homens admitirem dividir as tarefas domésticas com suas companheiras, seus discursos retratam uma divisão com o sentido de “ajuda”, reforçando o discurso patriarcal de que as mulheres são responsáveis pelas tarefas domésticas. Essas diferenças estão associadas à divisão sexual do trabalho nos espaços público e privado e se mantém, sobretudo, por representações de gênero que associam a mulher ao espaço privado, ao cuidado e à delicadeza e, os homens, ao espaço público, ao provimento da família e ao trabalho pesado. Evidenciou-se, portanto, que as relações sociais entre estas/es professoras/es, na vida profissional e no âmbito do lar, são relações permeadas por poder, e que, apesar dessas mulheres experienciarem situações de igualdade em alguns espaços no âmbito do colégio e do lar, de certa forma, ainda estão subordinadas ao discurso patriarcal capitalista, que ainda hoje reproduz desigualdades de gênero, e condiciona essas mulheres a uma posição de subordinação e desvalorização.
Abstract: The main objective of this dissertation is to investigate the perceptions of teachers on the use of ICTs in the classroom. The discussion considers a gender perspective in data analysis, understood from social relationships developed between those professionals, in relation to a public space, the school, and private space, the home. The methodological option is based on a qualitative research with interpretative nature, which permits the analysis of interviews. The investigation counts with the participation od ninetenn teachers, male and women, who answered an semi- estructured interview script with open questions. It was verified that in most cases the teachers didn´t have a discipline which covered the technologies utilization in their initial academic formation or post-graduation. Also, It was verified the lack of initial and continuing courses and pedagogical workshops towards the use of ICT´s in the classroom. It was evidenced the difficulties in the handling of technologies in daily classes, and under the gender perspective, although teacher´s discourse affirm the equality between men and women towards those difficulties, the discourse remains contradictory. Most of the female teacher´s assume difficulties in handling ICT´s, but male teacher´s deny it; which evidenced the patriarchal discourse that states that women are different from men at handling ICT´s. The research reveals that most of the teachers work extensive hours of classes, in different schools, even the double working day. However, it´s evidenced the differences between those double working day: most of women assume domestic activities like cleaning houses, washing and ironing clothes, doing the dishes, cooking and caring for their children, without remuneration because they are developed in their houses. Even though men assume that they are dividing domestic tasks, their discourse shows that they “help”, which reinforces the patriarchal discourse that states that only women are responsible for domestic tasks. These differences are associated to sexual division of work in public and private spaces, which maintain itself because of the gender representations which associates women to private space, to caring, to sensitivity; and man to public space, to family provision and to hard work. It was evident, therefore, that the social relationships between those teacher´s in professional and family life are permeated by power, and, spite those women experiences equality in some spaces at school and home, they are still subordinated to the capitalist patriarchal discourse, which still today reproduces gender inequalities, conditioning these women to a position of subordination and devaluation.
URI: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/712
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