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Título: Discurso gerencialista como promotor da normalização das relações de poder na empresa-escola
Título(s) alternativo(s): Managerial discourse as a promoter of the standardization of power relations in the company-school
Autor(es): More, Janaína Alves
Orientador(es): Tonon, Leonardo
Palavras-chave: Administração de empresas
Relações trabalhistas
Análise crítica do discurso
Educação - Brasil
Ideologia
Poder (Ciências sociais)Power (Social sciences)
Industrial management
Critical discourse analysis
Education - Brazil
Ideology
Data do documento: 21-Set-2022
Editor: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus: Curitiba
Citação: MORE, Janaína Alves. Discurso gerencialista como promotor da normalização das relações de poder na empresa-escola. 2022. Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2022.
Resumo: As transformações do capitalismo impuseram mudanças nas organizações contemporâneas e no trabalho, agora pautadas pela flexibilidade da gestão gerencialista. Nesta perspectiva, tudo é gerenciável, até mesmo a vida particular do sujeito, que é mobilizado à adoção de um estilo de vida favorável ao novo espírito do capitalismo – o qual coloca o trabalho como centro da vida. Essa se torna a condição para a sobrevivência da empresa contemporânea, que, por meio de estratégias discursivas refinadas, engaja seus empregados a favor do lucro de seus negócios um sofisticado exercício de poder. Assim, é por meio da dominação psicológica que a organização contemporânea introjeta sua ideologia – flexibilidade, competitividade, eficiência, lucratividade –, que passa a ser mantida e reproduzida pelo trabalhador. Sendo esses os ideais das organizações capitalistas, a escola privada coopta os professores e os transforma em engrenagens nesse sistema maquínico, que deixa de lado seu objetivo primordial – o ensino – e enaltece o capital, tornando-se a empresa-escola. A partir do exposto, esta investigação centra-se em entender de que maneira o discurso gerencial propaga a ideologia gerencialista e promove a assimilação do poder do gestor sobre o corpo docente, mobilizando-o ao trabalho em benefício da empresa-escola. Para tanto, busca-se primeiramente compreender como as práticas discursivas dos gestores são usadas para disseminar a ideologia gerencialista nas organizações e quais as implicações dessa disseminação; além disso, investigam-se as estratégias discursivas e simbólicas operacionalizadas para a manutenção do poder gerencial, bem como para perpetuar as assimetrias de poder nas organizações escolares e identificar os discursos típicos dos gestores naturalizados e reproduzidos pelos professores – os mais fracos na relação de poder. Para a coleta de dados, a estratégia de aproximação com o campo foi a entrevista individual em profundidade, visto que é uma técnica flexível que possibilita a aproximação do pesquisador com as singularidades dos professore entrevistados – objetos deste estudo. Assim, a Análise de Discurso Crítica, formulada por Fairclough (2016) e ampliada por Chouliaraki e Fairclough (1999), apresentou-se como metodologia mais coerente para desvelar as assimetrias de poder nas práticas sociais no contexto escolar. A interpretação dos dados aponta que discursos específicos presentes no contexto investigado têm ligações indissociáveis com a ideologia gerencialista, que atravessa o discurso docente e se perpetua modificando suas práticas sociais no ambiente escolar. Dentre as principais formas de propagação do discurso gerencial, verificam-se estratégias de dissimulação ou, ainda, formas dissimuladas de dominação, práticas discursivas nas quais a subjetividade do corpo docente é mobilizada ao consenso como estratégia de unificação discursiva e ideológica, além da estratégia de fragmentação do corpo docente utilizada para individualizar cada trabalhador, que naturaliza e reproduz os discursos típicos dos gestores.
Abstract: The transformations of capitalism imposed changes on contemporary organizations and work, now guided by the flexibility of managerial management. From this perspective, everything is manageable, even the individual’s private life, which is mobilized to adopt a lifestyle favorable to the new spirit of capitalism – in which work becomes the center of someone´s life. This is the new condition for the survival of the contemporary company, which, through refined discursive strategies, engages its employees in favor of the profit of its business – a sophisticated exercise of power. Thus, it is through psychological domination that the contemporary organization introjects its ideology – flexibility, competitiveness, efficiency, profitability – which starts to be maintained and reproduced by the worker. These being the ideals of capitalist organizations, the private school co-opts teachers and transforms them into gears in this machinic system, which leaves aside its primary objective – teaching – and extols capital, becoming the school-company. Based on the above, this investigation focuses on understanding how the managerial discourse propagates the managerial ideology and promotes the assimilation of the manager’s power over the faculty, mobilizing them to work for the benefit of the school-company. Therefore, we seek to understand how the discursive practices of managers are used to disseminate the managerial ideology in organizations and what are the implications of this dissemination; to investigate the discursive and symbolic strategies operationalized for the maintenance of managerial power, as well as to perpetuate the asymmetries of power in school organizations and identify the typical discourses of naturalized managers and reproduced by teachers – the weakest in the power relationship. For data collection, the strategy for approaching the field was the individual in-depth interview, since it is a flexible technique that allows the researcher to approach the singularities of the interviewed professors – objects of this study. Thus, Critical Discourse Analysis, formulated by Fairclough (2016) and expanded by Chouliaraki and Fairclough (1999), presented itself as a more coherent methodology to reveal the asymmetries of power in social practices in the school context. The interpretation of the data points out that specific discourses present in the investigated context have inseparable links with the managerial ideology that crosses the teaching discourse and are perpetuated in their social practices in the school environment.
URI: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/30324
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