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Título: Caracterização do excesso de peso e do consumo alimentar na região sul do Brasil: uma análise do perfil epidemiológico alimentar e nutricional
Título(s) alternativo(s): Characterization of overweight and food consumption in the southern region of Brazil: an analysis of the food and nutritional epidemiological
Autor(es): Barancelli, Marcia Domênica Cunico
Orientador(es): Perondi, Miguel Angelo
Palavras-chave: Saúde pública
Política pública
Segurança alimentar
Alimentos - Consumo
Obesidade
Hábitos alimentares
Public health
Public policy
Food security
Food consumption
Obesity
Food habits
Data do documento: 14-Ago-2023
Editor: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus: Pato Branco
Citação: BARANCELLI, Marcia Domênica Cunico. Caracterização do excesso de peso e do consumo alimentar na região sul do Brasil: uma análise do perfil epidemiológico alimentar e nutricional. 2023. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Regional) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, 2023.
Resumo: Os impactos negativos da queda de qualidade na alimentação, tanto da população brasileira como mundial, evidenciam mudanças profundas na saúde das pessoas. Desnutrição, obesidade e mudanças climáticas interagem de forma sinérgica formando a sindemia global, três pandemias que ocorrem simultaneamente no tempo e espaço, produzindo sequelas sociais. Dimensionar a má nutrição que causa o excesso de peso e sua relação com o consumo alimentar, objeto deste estudo, incorpora uma visão sistêmica sobre a alimentação e seus impactos na saúde e no meio ambiente. Da mesma forma, discutir o acesso a uma alimentação adequada e saudável contribui com a compreensão dos sistemas alimentares. O objetivo geral da tese é compreender a prevalência e tendência temporal do excesso de peso e do consumo alimentar a partir do perfil epidemiológico alimentar e nutricional na região Sul do Brasil. A estratégia do método epidemiológico com abordagem quantitativa, neste trabalho, é classificada como agregada, observacional, descritiva e analítica de delineamento ecológico e tendência temporal. É população acompanhada pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na região Sul do Brasil. Os dados foram analisados para o estado nutricional e consumo alimentar por fases do ciclo da vida (crianças, adolescentes, adultos e idosos), sexo para prevalência e tendência temporal, em uma série histórica de 2015 a 2021. A pesquisa evidenciou que, a prevalência do excesso de peso na região Sul, está acima da média nacional em todas as fases da vida com exceção das crianças menores de 2 anos. Houve maior prevalência do excesso de peso nos adultos (71,2%), seguido das pessoas idosas (58,3%), crianças de 5 a 9 anos (41,1%), adolescentes (40,4%), crianças de 2 a 4 anos (37,1%), crianças de 6 a 23 meses (36,7%) e com menor prevalência nas crianças de 0 a 6 meses (23,9%). Dentre os estados da região Sul o RS teve maior prevalência do excesso de peso em todas as fases do ciclo da vida, apenas em crianças de 0 a 6 meses o excesso de peso foi prevalente no estado de SC. Sobre a relação entre o excesso de peso e o perfil do consumo alimentar o estudo permite inferir que o consumo de ultraprocessado prevalece sobre o consumo de alimentos in natura e minimamente processados, em todas as fases da vida com exceção das crianças menores de 2 anos, em que o aleitamento materno é fator protetor contra a obesidade. Percebe-se que houve queda no consumo de feijão em todas as fases da vida analisadas em contraponto a maior prevalência no consumo de bebidas adoçadas dentre os alimentos ultraprocessados, com aumento do hábito de realizar as refeições assistindo a televisão. O Aleitamento Materno Exclusivo (AME) em crianças de 0 a 6 meses na região Sul foi de 53,5%, acima da prevalência nacional, entretanto a desnutrição persiste apesar de baixas prevalências. Por fim, verifica-se semelhanças quanto a ocorrência da prevalência de excesso de peso e do consumo de alimentos ultraprocessados. Evidenciou-se a desestruturação da cultura alimentar tradicional em prol de uma cultura que interessa às indústrias de alimentos. Há necessidade de se promover sistemas alimentares sustentáveis que resultem em maior e melhor Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (SSAN) ao promover a produção ecológica (e consumo) de alimentos saudáveis em consonância com o desenvolvimento humano.
Abstract: The negative impacts of the decline in food quality, both in the Brazilian population and in the world, show profound changes in people's health. Malnutrition, obesity and climate change interact synergistically forming the global syndemic, three pandemics that occur simultaneously in time and space, producing social consequences. Sizing the malnutrition that causes overweight and its relationship with food consumption, the object of this study, incorporates a systemic view of food and its impacts on health and the environment. Likewise, discussing access to adequate and healthy food contributes to the understanding of food systems. The general objective of the thesis is to understand the prevalence and temporal trend of overweight and food consumption based on the epidemiological profile of food and nutrition in the southern region of Brazil. The strategy of the epidemiological method with a quantitative approach, in this work, is classified as aggregated, observational, descriptive and analytical of ecological design and temporal trend. It is a population monitored by the Food and Nutrition Surveillance System (SISVAN), served by the Unified Health System (SUS), in the southern region of Brazil. Data were analyzed for nutritional status and food consumption by stages of the life cycle (children, adolescents, adults and elderly), sex for prevalence and temporal trend, in a historical series from 2015 to 2021. The research showed that the prevalence of overweight in the South region is above the national average in all stages of life, with the exception of children under 2 years of age. There was a higher prevalence of overweight in adults (71.2%), followed by elderly people (58.3%), children aged 5 to 9 years (41.1%), adolescents (40.4%), children from 2 to 4 years (37.1%), children aged 6 to 23 months (36.7%) and with a lower prevalence in children aged 0 to 6 months (23.9%). Among the states in the South region, RS had a higher prevalence of overweight in all stages of the life cycle, only in children aged 0 to 6 months was overweight prevalent in the state of SC. Regarding the relationship between overweight and the profile of food consumption, the study allows us to infer that the consumption of ultra-processed foods prevails over the consumption of fresh and minimally processed foods, in all stages of life, with the exception of children under 2 years of age, in which breastfeeding is a protective factor against obesity. It is noticed that there was a decrease in the consumption of beans in all stages of life analyzed, in contrast to the higher prevalence in the consumption of sweetened beverages among ultra-processed foods, with an increase in the habit of having meals watching television. Exclusive Breastfeeding (EBF) in children aged 0 to 6 months in the South region was 53.5%, above the national prevalence, however malnutrition persists despite low prevalence. Finally, there are similarities regarding the prevalence of overweight and the consumption of ultra-processed foods. The dismantling of the traditional food culture was evident in favor of a culture that interests the food industries. There is a need to promote sustainable food systems that result in greater and better Food and Nutrition Sovereignty and Security (SSAN) by promoting the ecological production (and consumption) of healthy food in line with human development.
URI: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/32350
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