Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/33051
Título: A interseccionalidade no acesso a água e ao saneamento básico: a existência da desigualdade de gênero, cor e raça
Título(s) alternativo(s): Intersectionality in access to water and basic sanitation: the existence of gender inequality color, and race
Autor(es): Oliveira, Ana Carolina Silva Cabral de
Orientador(es): Medeiros, Flávia Vieira da Silva
Palavras-chave: Direito ao saneamento
Igualdade
Mulheres
Right to sanitation
Equality
Women
Data do documento: 15-Jun-2023
Editor: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus: Campo Mourao
Citação: OLIVEIRA, Ana Carolina Silva Cabral de. A interseccionalidade no acesso a água e ao saneamento básico: a existência da desigualdade de gênero, cor e raça. 2023. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Ambiental) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão, 2023.
Resumo: A desigualdade no acesso ao saneamento no Brasil é relevante e contribui para a desigualdade social, especialmente afetando a população que vive em áreas urbanas irregulares, com ênfase nas relações de gênero e raça. Embora o país tenha progredido no planejamento de saneamento nas áreas urbanas, certas classes sociais, ainda enfrentam problemas de falta de saneamento adequado. As desigualdades no acesso aos serviços públicos e aos direitos humanos são evidentes tanto em áreas rurais quanto urbanas, com uma clara disparidade em favor dos centros urbanos. A escassez de acesso à água, juntamente com a desigualdade de gênero, prejudica a construção de uma cultura democrática. As mulheres, em particular, são identificadas como as mais vulneráveis, e a falta de saneamento adequado afeta suas vidas e de suas famílias. O projeto em questão tem como objetivo analisar e descrever a desigualdade no acesso aos serviços públicos de saneamento no Brasil, destacando as relações de gênero, raça e incluindo as políticas públicas. O presente estudo se baseia em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), as variáveis selecionadas para análise foram os anos de 2000, 2008, 2010 2012, 2018 e 2021, a escolha dos respectivos anos consiste nos censos mais recentes da Pesquisa Nacional do Saneamento Básico e do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Através dos dados obtidos do censo demográfico realizado pelo IBGE foi considerando a amostragem de domicílios urbanos em que os residentes são classificados como branco, preto ou pardo. Dados do IBGE de 2018 mostram que a população preta e parda no Brasil enfrenta desigualdades significativas no acesso aos serviços de saneamento em comparação com a população branca. A falta de acesso à rede de água afeta cerca de 17,9% da população preta ou parda, enquanto apenas 11,5% da população branca enfrenta esse problema. No caso da coleta de esgoto, a diferença é ainda maior, com 44,5% da população preta e parda sem acesso, em comparação com 27,9% da população branca. Essa desigualdade leva a condições precárias de moradia, comprometendo a saúde e o bem-estar dessas comunidades. A falta de acesso adequado à água potável e ao saneamento básico resulta em doenças e mortes evitáveis. Além disso, as disparidades raciais se refletem na distribuição desigual de recursos básicos e oportunidades, evidenciando um quadro de desigualdade estrutural. É fundamental garantir o acesso universal e equitativo aos serviços de saneamento e higiene, com atenção especial às necessidades das mulheres e pessoas em situação de vulnerabilidade. Essa questão está alinhada com a meta 6.2 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. A população autodeclarada como preta e parda tem aumentado no Brasil, e as desigualdades raciais persistem, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país, onde o acesso aos serviços de saúde é precário. Essa realidade é resultado de uma estrutura social sustentada pelo sistema capitalista, que gera desigualdades e prioriza interesses corporativos em detrimento das necessidades sociais.
Abstract: The inequality in access to sanitation in Brazil is relevant and contributes to social inequality, especially affecting the population living in irregular urban areas, with an emphasis on gender and race relations. Although the country has advanced in sanitation planning in urban areas, certain social classes still face problems of lack of adequate sanitation. Inequalities in access to public services and human rights are evident in both rural and urban areas, with a clear disparity in favor of urban centers. The restriction of access to water, together with gender inequality, undermines the construction of a democratic culture. Women, in particular, are identified as the youngest, and the lack of adequate sanitation affects their lives and those of their families. The project in question aims to analyze and demonstrate inequality in access to public sanitation services in Brazil, highlighting gender and race relations and including public policies. The present study is based on data from the IBGE (Brazilian Institute of Geography and Statistics) and SNIS (National Information System on Sanitation), as variables selected for analysis were the years 2000, 2008, 2010 2012, 2018 and 2021, the choice of the respective years consist of the most recent censuses from the National Basic Sanitation Survey and the National Sanitation Information System. Through the data obtained from the demographic census carried out by the IBGE, the preparation of urban households in which residents are classified as white, black or brown was considered. IBGE data from 2018 show that the black and brown population in Brazil faces inequalities in access to sanitation services compared to the white population. The lack of access to the water network affects about 17.9% of the black or brown population, while only 11.5% of the white population faces this problem. In the case of sewage collection, the difference is even greater, with 44.5% of the black and brown population without access, compared to 27.9% of the white population. This inequality leads to precarious housing conditions, compromising the health and well-being of these communities. Lack of adequate access to clean water and basic sanitation results in preventable disease and death. Furthermore, racial disparities are reflected in the unequal distribution of basic resources and opportunities, evidencing a framework of structural inequality. It is essential to guarantee universal and equitable access to sanitation and hygiene services, with special attention to the needs of women and people in vulnerable situations. This issue is defined with target 6.2 of the UN Sustainable Development Goals. The self-declared black and brown population has increased in Brazil, and racial inequalities persist, especially in the North and Northeast regions of the country, where access to health services is precarious. This reality is the result of a social structure supported by the capitalist system, which generates inequalities and prioritizes corporate interests to the detriment of social needs.
URI: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/33051
Aparece nas coleções:CM - Engenharia Ambiental

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
interseccionalidadeacessoaguasaneamento.pdf502,68 kBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons